21.3.15

Caminho sem Volta...



   Autoconhecimento.


   Uma vez iniciado o mergulho às profundezas de nosso ser, nossa sede se torna insaciável.
 
   Beber da fonte utilizada por grandes Mestres preenche nossa alma de tal sorte a nos fazer refletir um pouco dessa verdade...


   Compartilho hoje texto de Mirra Alfassa, carinhosamente chamada de "Mãe", sobre a sinceridade...


  
“Sinceridade, Vigilância, O Poder da Vontade” [TRECHO]Por Mirra Alfassa, “A Mãe”

Qual é a virtude fundamental a ser cultivada de modo a nos prepararmos para a vida espiritual?

Eu disse isto muitas vezes, mas esta é uma oportunidade de repeti-lo: é a sinceridade.

Uma sinceridade que deve se tornar total e absoluta, pois apenas a sinceridade é sua proteção no caminho espiritual. Se você não é sincero, no próximo passo certamente cairá e quebrará a cabeça. Todas as espécies de forças, vontades, influências, entidades estão aí, vigiando em busca da menor brecha nesta sinceridade, e elas atacam imediatamente através dessa brecha e começam a lançá-lo em confusão.

Portanto, antes de fazer qualquer coisa, de começar e de tentar alguma coisa, antes de tudo esteja certo de que você não apenas é tão sincero quanto pode ser, mas que tem a intenção de tornar-se cada vez mais sincero.
Pois esta é sua única proteção.


Fundamentalmente, qualquer que seja o caminho que se segue – seja o caminho da auto-entrega, da consagração, do conhecimento – se a pessoa quiser que seja perfeito, é sempre e igualmente difícil, e não há senão um meio, um somente, o único que eu conheço: e este é uma perfeita sinceridade, mas uma sinceridade perfeita!
Vocês sabem o que é a perfeita sinceridade?…


Jamais tentar enganar a si mesmo, jamais deixar que qualquer parte do ser tente encontrar um modo de convencer os outros, nunca explicar favoravelmente o que se faz a fim de ter uma desculpa para o que se quer fazer, jamais fechar os olhos quando algo for desagradável, nunca deixar passar o que quer que seja, dizendo a si mesmo: “Isto não é importante, da próxima vez será melhor.”

Oh! Isto é muito difícil. Tentem por uma hora apenas e vocês verão quão extremamente difícil é. Por uma hora apenas, ser totalmente, absolutamente sincero. Não deixar passar nada. Quer dizer, tudo o que se faz, tudo o que se sente, tudo o que se pensa, tudo o que se quer, é exclusivamente o Divino. “Eu não quero nada a não ser o Divino, não penso em nada que não seja o Divino, não faço nada senão aquilo que me conduzirá ao Divino, não amo nada senão o Divino.”

Tentem – tentem, só para ver, tentem por meia hora, e vocês verão como é difícil!

Você se sente inquieto, muito miserável, desanimado, um pouco infeliz: “As coisas não estão muito agradáveis hoje. Elas estão do mesmo modo como estavam ontem; ontem elas estavam maravilhosas, hoje elas não estão agradáveis!” –Por quê? Porque ontem você estava num estado perfeito de auto-entrega, mais ou menos perfeito – e hoje não está mais. Assim, o que era tão belo ontem já não é tão belo hoje. Essa alegria que você tinha em seu interior, essa confiança, essa convicção de que tudo correrá bem e o grande Trabalho será realizado, essa certeza – tudo isto, entende, foi velado, foi substituído por uma espécie de dúvida e, sim, por um descontentamento: “As coisas não são belas, o mundo é horrível, as pessoas são desagradáveis.” Isto chega a este ponto: “A comida não está boa, ontem estava excelente.” É a mesma, mas hoje não está boa! Este é o barômetro! Você pode dizer imediatamente a si mesmo que uma insinceridade entrou sorrateira em algum lugar. É muito fácil saber, você não precisa ser muito entendido, pois, como Sri Aurobindo disse no Elementos de Yoga: A pessoa sabe se é feliz ou infeliz, se está contente ou descontente, ela não precisa se perguntar, colocar-se questões complicadas para isto, ela sabe! Bem, é muito simples.
No momento em que você se sentir infeliz, pode escrever embaixo: “Eu não sou sincero!” Estas duas frases andam juntas:


“EU ME SINTO INFELIZ.”
“EU NÃO SOU SINCERO!”


Agora, o que é que está errado? Então a pessoa começa a observar, e é fácil descobrir…”


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                         Esse pequeno excerto do livro nos transmite a valiosa importância de cultivarmos a sinceridade.. Em outras palavras, a VERDADE. Satya.
                         Devemos ser fiéis a nossos sentimentos e procurar nosso alinhamento. Pensamentos, palavras, ações, devem estar em sintonia com nosso coração... e esse respeito por nós mesmos, essa sinceridade deve ser nosso guia... nosso norte.
                          Quando nos traímos, quando, por algum motivo, agimos de encontro a nosso coração, provocamos um desalinhamento e esse desvio de curso nos causa sofrimento... não apenas o emocional, mas muitas vezes se manifesta no corpo físico..


                       Assim, inspirado no texto da Mãe, continuemos a mergulhar fundo em nosso ser, agindo com sinceridade, procurando nosso alinhamento e paz.


                        Namastê!